sábado, 3 de novembro de 2007

O lado Negro da força



Todos nós temos nosso lado maligno, e embora este lado hostil não tenha nenhum propósito de ajudar ou melhorar alguma coisa, visto que é digamos "um pouco destrutivo". Seria surpreendente então descobrir nesta outra face alguma lógica ou descoberta filosófica, ou até mesmo profunda sobre a vida e seus mistérios???


Hummm... creio que não afinal o maligno procura ser mais realista do que o sonhador positivista, ele mantém os pés no chão e vive o momento trabalhando suas concretas possibilidades e oportunidades, que não visam um bem maior, lóoooogico, mas que sem uma intenção proposital acaba por visualizar as situações e mecanismos de comportamentos de maneira menos hipócrita e mais objetiva. É como que se no meio de tanto egoísmo, arrogância e ruindade pudesse emergir algum tipo de sabedoria, em forma de sagacidade, a mais popular esperteza. E a inteligência...ah essa é óbvia que é mais que desenvolvida pelos seres que habitam as trevas, ou vocês nunca ouviram falar que tudo o que não presta se aprende mais rápido ou que para o mal mil idéias surgem em contrapartida a uma integra e boa.


Pois é devo admitir que a face oculta provém ensinamentos preciosos, que de maneira tortuosa também é capaz de ensinar e construir algo bom...er...algo bom? É isso mesmo. Da nossa parte mais obscura e perversa é possivel extrair algo que sirva pra o bem. Talvez isto seja ser polly demais, massss eu como sonhadora e positiva que sou tenho a consciência de que meu lado realista emerge do meu lado negro me mantendo em equilíbrio...er...bom nem sempre...(vide supermercados e chuvas).


Uma professora catedrática da faculdade que cursei em São Paulo (especialista em semiótica e Dra. em Teoria da Comunicação) disse que não foi difícil concluir em uma de suas pesquisas que todas as invenções que o homem criou tinha como objetivo primário o mal e que depois fora adaptado para o bem. Parece um tanto caótico sua afirmação, mas será? Afinal quem é que ainda não percebeu a vertente destruídora que o homem carrega em seu intímo, esse instinto capaz das maiores atrocidades... se eu estou exagerando...bom, leiam a seção das guerras em qualquer enciclopédia e reflitam novamente. O primitivismo que persegue a humanidade em sua história se encaixa e adapta-se seja qual for a época.

Evidente que evoluímos, sim e como, mas este sentimento selvagem não simplesmente acompanha o homem, ele reside em seu interior, pois a escuridão perversa sempre vai existir, ela é um fato, o contra peso na balança que nos faz sermos o que somos, nos permitindo ver nossos defeitos, sabermos que frustrações são inevitáveis, que nada está sob o nosso controle (pelo menos não por muito tempo), é a revolta imatura ao perceber que nem tudo é perfeito, aliás que nada é. E também é uma força que surge como forma de sobrevivência neste mundo confuso e em constante movimento, resultando no sentimento mais corrosivo que há: o ódio. É este mal estar consigo mesmo e com a vida, que gera seres humanos dominados pelo seu "eu obscuro" e com isto, sendo capazes de ações nefastas e profundamente desprovidas de lucidez: uma clareza que permita vislumbrar que a vida não se resume na intantaneidade desta existência, ela é feita de momentos sim, porém não se restringe a esse mundo, ela é mais e cada ato nela inserido gera uma cadeia de consequências naturais. Por isso somos nossas escolhas, atitudes e pensamentos**.

Saber que a luz e a escuridão nos formam é básico, conviver abertamente com essas duas vertentes é se fragilizar e fortificar ao mesmo tempo, é assim ser o que se é de verdade, possibilitando crescer. Não neguem o lado negro da força que existem em vocês, convivam com ele, porque afinal ele é parte da sua essência, administrem, se divirtam, e só... não deixem que ele se espalhe e os contaminem, apagando a centelha divina que habita dentro de nós, privando-nos de evoluir e melhorar.

Eu estou a procura de uma consciência maior que permita gradativamente me integrar ao equilíbrio fundamental e que proporcione minha auto-descoberta. Por fim, de forma sincera e bucólica penso que:

Ser consciente é o ponto convergente para o equílíbrio (junção da luz e escuridão) que surge na disciplina espontânea que nos faz livres.


PS: Então reflito sobre os milhares de desenhos animados que eu sempre vi retratando as famosas cenas sobre as tentações mostrando sempre uma versão anjo e outra demônio do ser atentado, atormentado. Hummm... axo que o que eles representavam, de forma consciente ou não, eram as duas faces das quais todos nós somos feitos e não a influência divina para com um ser mortal.

Insight inspirado em indagações que surgiram neste Halloween

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** pensamentos também, pois acredito que eles carregam energias com uma força suficiente para emanar boas ou más vibrações a quem quer que seja, caracterizando-se assim hábil em influênciar mudanças boas ou ruins.